1.8.09

On Writing.

Já deixei bem claro para todos que conheço que pretendo seguir a carreira de escritora. Escrevo fanfics por diversão, mas um dia quero levar a sério e escrever um livro. Várias idéias pipocam diariamente na minha cabeça, mas eu já me decidi por uma delas. Depois de começar (e falhar) a escrever dois livros, finalmente achei um manuscrito legal e fácil de escrever, já que será uma adaptação de um conto dos Irmãos Grimm. Espero começar a trabalhar nele assim que as férias acabarem.

O primeiro livro que comecei a escrever era sobre uma menina chamada Elwyn. Ela era órfã e morava em um orfanato comandado por uma mulher, Madame Greenley. Elwyn descobriria que seu pai verdadeiro é, na verdade, um rei de um mundo mágico. Muitas coisas aconteceriam, ela se apaixonaria por um príncipe insistente e fofo e mataria o vilão malvado. Escrevi mais ou menos vinte páginas, e parei. Porque perdeu a graça, porque a idéia não era tão boa assim, mas, principalmente, porque meu laptop deu pau e apagou todos os arquivos que eu tinha, inclusive essas meras vinte páginas.

O segundo livro nem merece ser citado aqui, já que não tinha nem uma página e se tornou um dos maiores fracassos da minha, hm, "carreira literária", então ele vai continuar enterrado no fundo da memória do meu computador.

Sempre gostei mais de escrever sobre vilões, mortes, tristeza e - admito - estupros. Por essas e outras razões, nessa estória da Elwyn, o vilão era meu personagem preferido, sendo cego e maluco por sangue e poder (Não, ele não era um vampiro, apenas incompreendido e completamente louco). Acho que consigo escrever melhor sobre assuntos como velórios, enterros e outros eventos mórbidos. Não sei explicar o por que, mas as palavras fluem facilmente quando coloco as mãos no teclado e escrevo sobre coisas tristes. Talvez eu devesse escrever um livro sobre um fantasma, há.

O processo de escrever não é fácil, mas também não é um dos mais difíceis no processo de publicação. Depois de concluir o manuscrito, eu terei que arrumar um agente. E para arrumar um desses, eu preciso escrever uma Query Letter. Essa carta é composta de três partes. A primeira: um pequeno parágrafo apresentando seu livro. A segunda: um mini-resumo da estória. Aí é que está o problema: como resumir mais de duzentas páginas em um parágrafo? E a terceira: um pouco sobre o autor (se já foi publicado, se já ganhou algum prêmio e etc.). É um trabalho duro, e com certeza eu vou receber milhares de rejeições até alguma alma boa me aceitar, mas até a JK foi rejeitada, e nem por isso ela parou de tentar. Depois de conseguir um agente, ele é quem vai tentar vender o manuscrito para as editoras. E então, finalmente, quando uma delas resolver comprá-lo, o livro vai ser publicado.

Conclusão: demora, demora, demora muito para chegar lá. E o processo exige suor, trabalho, bastante tempo em frente ao computador e reclusão social. Mas, se um dia eu conseguir segurar MEU livro nos meus braços, com o nome Julia Browne ali, bem debaixo do título, eu vou saber que tudo o que eu tiver feito vai ter valido a pena, e eu acho que vou começar a chorar e depois vou até um Starbucks comprar um Double Chocolaty Chip Frapuccino, tamanho Venti, e vou tomar ele todo sozinho.

Não sei dizer por que gosto tanto assim de escrever. Acho que nunca parei para pensar muito nisso. Talvez minhas estórias funcionem como uma válvula se escape do mundo real e todos os seus problemas. Talvez representem aquele meu desejo antigo de algum dia achar uma porta que me leve para um mundo mágico, fantástico e cheio de criaturas maravilhosas, como dragões, duendes, fadas e magos. Como sei que isso nunca vai acontecer, eu escrevo para mergulhar nas palavras e no efeito que elas têm sobre mim. Para pelo menos por alguns segundo poder fingir e mentir para mim mesma, dizendo que tudo aquilo é real e que a magia realmente existe. Bem, talvez ela exista mesmo, mas não na forma de uma varinha de condão. Provavelmente nos sentimentos, como amor, felicidade e esperança. Mas isso fica pra outra hora (e post).

Onde eu moro, existe uma faculdade chamada Creative Writing (Escrita Criativa). Ela basicamente te ensina e escrever. E é isso que eu pretendo fazer quando terminar a high school. Me considero bastante sortuda, já que se continuasse no Brasil, cursaria Jornalismo ou coisa do tipo e morreria de fome. Pelo menos no Canadá eu tenho chances reais de seguir o meu sonho e escrever full-time.

Meus pais me apoiam muito. Minha mãe sempre lê o que eu escrevo, e meu pai adora dizer pros amigos "Minha filha vai ser escritora, ela escreve tão bem!", naquele tom paterno orgulhoso. Não sei se concordo com ele no fato de escrever bem, mas posso ter certeza de que quanto mais escrevo mais melhoro. De vez em quando, abro um arquivo antigo com minha primeira fic, e começo a rir diante dos meus erros de português e dos diálogos idiotas. Então comparo aquela estória com a minha atual e fico extremamente feliz ao perceber como eu melhorei. Posso não estar ótima, mas com o tempo e a prática tudo melhora.

Decidi fazer alguns investimentos. Vou comprar um teclado e um mouse ergonômico. Meus pulsos doem por passar tanto tempo apoiados no teclado do laptop, e eu sei que isso pode trazer problemas, já que daqui pra frente eu só vou escrever mais e mais. No momento, eu tenho um Sony Vaio, mas vou comprar um Mac quando passar pra faculdade. Acho que essas são as poucas coisas que eu posso me dar ao luxo de comprar, já que serão bem úteis no futuro.

Desculpe pelo post gigantesco, mas eu sinto que consegui expressar tudo que eu queria aqui. Espero que quando eu volte e leia isso novamente, essas palavras me motivem a seguir em frente e dar o melhor de mim nessa carreira que eu decidi seguir. (:

Cada um tem um sonho, e esse é o meu. Qual é o seu? Eu adoraria saber - embora ache que ninguém vá responder.


Obrigada por me ouvir, esteja você lendo isso aqui ou não.

Um comentário:

  1. Deixe-me começar falando que você realmente tem uma tremenda sorte por morar no Canadá (e não estar numa cidade no interior de São Paulo sonhando em sair daqui). Depois eu digo a você que acho que você realmente terá algum futuro promissor na escrita. Você se expressa muito bem! E com o seu último comentário lá no meu blog eu percebi que assistimos muitos seriados em comum (e eu vivo falando GG tanto para Gossip Girl quanto para Gilmore Girls)! Quanto a responder a sua pergunta sobre sonho...Não tenho nada concreto por enquanto. Só sei que quero ser a melhor no que escolher. E que pretendo me matar para entrar em Oxford! Beijos, :*

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